Pragas urbanas podem contaminar
alimentos industrializados

Pragas urbanas podem contaminar alimentos industrializados

A maioria das pessoas já foram surpreendidas com algum inseto ou fragmento deste em seu alimento. Embora a contaminação alimentar tenha sido uma preocupação mundial, existem tolerância quanto a presença de corpos estranhos em produtos alimentícios processados.

Reações das pessoas ao ver uma barata em uma lasanha

Existem limites de tolerâncias de agentes estranhos nos alimentos e obedecem a níveis que não oferecem riscos potenciais a saúde humana, conforme estabelecido em legislação. Porém, ninguém tolera passar por situações constrangedoras ao ver um inseto ou um fragmento de qualquer praga em seu prato, quando você escolhe um restaurante renomado e seu prato predileto em pleno sábado à noite em uma comemoração especial.

Legislação sobre as matérias estranhas em alimentos

A ANVISA definiu uma resolução que estabelece as disposições gerais para avaliar a presença de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas, indicativas de riscos à saúde humana e/ou as indicativas de falhas na aplicação das boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas, e fixar seus limites de tolerância. A legislação é polêmica por entender que possam existir matérias estranhas como inevitáveis no alimento. No entanto, o consumidor está cada vez mais atento à segurança e aos riscos à sua saúde. Os chocolates e achocolatados, por exemplo, podem conter até 10 fragmentos de insetos e não serão considerados indicativos de risco.

Desdobramentos dos conflitos ocorridos pelas contaminações alimentares

Os tribunais vêm entendendo que a presença de corpo estranho, torna o produto defeituoso, colocando em risco a integridade do consumidor e uma vez verificada a ocorrência do defeito no produto, inafastável é o dever do fornecedor de reparar o dano extrapatrimonial (moral) causado ao consumidor... Todavia, cumpre destacar que, há entendimento em sentido diverso, exigindo o efetivo dano através da ingestão do produto, uma vez que o simples fato de se deparar com o corpo estranho sem ingerir não revelaria potencialidade lesiva.

Substâncias tóxicas geradas por contaminação por pragas nos alimentos

A incidência de contaminações em alimentos são as maiores fontes de intoxicações provocadas frequentemente aos consumidores, causando diversos danos a sua integridade física. As toxinas podem ser produzidas em alimentos contaminados por agentes biológicos, pragas vetores de microrganismos patogênicos, tais como, fungos, bactérias, vírus e protozoários, que podem provocar intoxicações alimentares conhecidas como DTAs. As toxinas são produzidas à medida que os microrganismos se multiplicam nos alimentos e posteriormente no organismo humano. As principais pragas vetores de microrganismos transmissores de doenças patogênicas são baratas, moscas, formigas e roedores. Estes animais são considerados sinantrópicos, pois, se adaptaram na convivência no mesmo ambiente dos seres humanos.

Intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar caracterizada pela interação das toxinas geradas pelos vetores das pragas com o sistema biológico podem provocar efeitos nocivos ao organismo. Normalmente estas intoxicações tem efeito agudo. A intoxicação alimentar aguda é passageira, com restabelecimento no período de até três dias em média. Sua ocorrência se dá principalmente por alimentos contaminados por microrganismos patogênicos, capazes de produzir toxinas nocivas ao organismo humano. Os sinais e sintomas das doenças dependem do período de incubação do agente etiológico. Normalmente os efeitos das toxinas microbianas se dão nas primeiras horas, se estendendo até setenta e duas horas. Os efeitos surgem de imediato ou se estendendo no período máximo de duas semanas.

O que não mata engorda

Quem nunca ouviu esta Frase? Algumas pessoas são capazes de separar o objeto indesejável do prato e continuar devorando o alimento. Por mais que alguns insetos pareçam ser inofensivos, as pessoas jamais deveriam comer um alimento com formigas, baratas, moscas ou um pedaço de qualquer coisa por onde tenham passado. Isso porque se tratam pragas nocivas para a saúde humana. Citando as formigas, por mais que pareçam inofensivas, são verdadeiros agentes vetores transmissores de doenças infecciosas, como gripe, tuberculose, verminoses, intoxicações alimentares, vômito, diarreia e até mesmo a lepra. E aí, qual sua decisão?

O controle de pragas

Importante entender toda cadeia produtiva do alimento, desde o setor primário até a mesa do consumidor. Algumas pragas começam a infestar ainda lá no setor agropecuário e depois pode se estender pela longa e complexa cadeia produtiva, transporte, armazenamento, processamento, supermercado e inclusive na despensa da casa do consumidor. Cada uma destas etapas deve seguir um programa de diagnóstico, prevenção, desinfecção, sanitização, manejo e controle destas pragas sinantrópicas. Esta abordagem deve ser sensível para todos os elos da cadeia produtiva, garantindo o bem-estar do consumidor final.

Fonte: Livro: “Contaminação Alimentar - Perícia Forense em Alimentos e Bebidas” - Autor: Rubens Rugeri - Editora Lexia Rubens Rugeri é Engenheiro Industrial - área Química, com especialização em Engenharia de Alimentos, com experiência profissional no segmento alimentício, controle de pragas e em perícias judiciais na área de alimentos.